Say Nothing, de Patrick Radden Keefe (resenha)

Say Nothing, de Patrick Radden Keefe (resenha)

Comecei a ler Say Nothing: A True Story of Murder and Memory in Northern Ireland, de Patrick Radden Keefe achando que se tratava de um livro contando a história de um crime real, o desaparecimento de uma mão de 10 filhos durante The Troubles, época em que os ataques do I.R.A. se intensificaram na Irlanda do Norte.

Say Nothing, de Patrick Radden Keefe (resenha)

Porém o livro conta de maneira meticulosa o capítulo sangrento da Irlanda em busca da sua independência da Inglaterra.

Eu conhecia o básico sobre este tópico, então confesso que fiquei impressionada com a imensa pesquisa que o autor fez e como ele conseguiu compilar tanta informação num livro de 500 páginas. Fiquei muito surpresa ao ver como este tópico é fascinante.

O autor fez um excelente trabalho em Say Nothing explicando a contenda entre os católicos e os protestantes na Irlanda, o papel da Inglaterra nisso, os atritos entre a velha guarda do I.R.A. e a nova e como era viver em áreas que estavam, para todos os efeitos, sitiadas.

Fiz algumas pesquisas enquanto lia o livro e as imagens brutais retratam bem como era viver naquela época. E quando eu estava terminando o livro, uma reporter foi assassinada pelo New I.R.A. em Derry. Arrepiante, mas enfim, estou desviando.

Apesar do livro ser ótimo e eu ter aprendido muito sobre o tópico, o que é sempre bem vindo, um dos problemas é que este não era exatamente o livro que eu estava esperando. O crime em si que me levou a pegar este livro é discutido de maneira esparsa entre um capítulo e outro. A expectativa de saber mais sobre a vítima se arrasta por boa parte do livro, e só quase no final que as coisas finalmente veem as claras.

Eu entendo que o autor tenha usado o crime como fio condutor para contar a história e origens do Troubles, mas eu preferiria que essa informação fosse mais óbvia, pois eu achei que era um livro sobre um crime e com a história do Troubles em segundo plano, mas na verdade é o oposto.

Outro fator é que o livro tem um número imenso de pessoas, e desta grande maioria eu já não lembro mais, pois é praticamente impossível lembrar de todos. Say Nothing esta apinhado de informação, pessoas, eventos e política. Acrescente a violência e o impacto emocional de saber que tudo isso acontece de verdade, bem, não foi uma leitura fácil.

Não quero criticar o Say Nothing, pois como disse, hoje sei muito mais sobre este assunto do que antes e a pesquisa foi primorosa. Mas eu preferiria saber no que eu estava me metendo antes de começar a leitura, principalmente porque sou bem chata no que diz respeito a história contemporânea, e o marketing me fez pensar que este livro era um true-crime.

Enfim, se você tem curiosidade em saber um pouco mais sobre o assunto, esta é uma excelente introdução e eu com certeza recomendo. Se esta pensando em ler somente porque gosta do gênero true-crime, talvez esse não seja o livro certo.

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escrito por
Patricia