Quando descobri que o livro Talvez você deva conversar com alguém, de Lori Gottlieb ia virar série, resolvi ler antecipadamente para ver se poderia colocar na minha lista de “assistir”.
O livro é sobre uma terapeuta (a própria autora) que atua em Los Angeles e de repente enfrenta uma crise que lhe tira do eixo e causa um turbilhão em sua vida. Isso faz com que ela comece a se consultar com um terapeuta para tentar lidar com essa e outras tantas questões que estão acontecendo em sua vida.
A narrativa pula de um tópico ao outro de maneira aleatória entre as consultas de Lori com seu terapeuta, seus relatos sobre seus próprios pacientes (que acredito ser uma combinação de pessoas reais e imaginárias, já que ela como terapeuta não pode escrever sobre seus pacientes), sua vida pessoal, como e porque ela decidiu entrar nesta carreira depois de trabalhar como executiva de filme e TV em Hollywood.
Talvez você deva conversar com alguém tem partes interessantes e partes maçantes que dá vontade de pular ou só passar a vista, mas no todo o livro é okay. Eu achei muito longo e meio desorganizado. Algumas partes, na minha opinião, poderiam ter ficado de fora.
Outro porém é que, como escrevi acima, Lori criou pacientes fictícios para não quebrar o sigilo médico-paciente (e não ser processada/perder sua licença médica ao fazer isso), e isso criou uma separação emocional entre a parte onde ela fala sobre sua vida e os perrengues pelos quais esta passando (como uma autobiografia), e a outra onde tudo relacionado aos pacientes é fictício. Sem falar que esses “pacientes” eram clichês ambulantes que impossibilitaram a minha conexão.
Enfim, durante todo livro fiquei pensando em uma das minhas séries favoritas, In Treatment, com o meu ex-vizinho Gabriel Byrne, que trata de situações semelhantes e que é muito, muito superior a este livro: um terapeuta que atende pacientes e também frequenta um para lidar com suas neuras. Selton Mello dirige a versão brasileira desta mesma série, Sessão de Terapia, que ouvi dizer é muito boa.
Enfim, o livro tem bons momentos e para quem gosta ou tem curiosidade sobre o tema, eu recomendo. Para a grande maioria, não. Assista uma das séries acima, que são melhores.
Para mais informações sobre esta autora, visite seu site oficial (em inglês).
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